Olhando bem as nuvens...
Na estrada que me trouxe nas viagens e andanças, as nuvens que a sobrevoam parecem peças de um puzzle difícil de terminar. Não está fácil como as ligar umas nas outras, são partes de uma história que ainda não acabou. Donde vêem, para onde vão, sem muito vento permanecem logo ali em cima de nós, imóveis. Se erguer um braço, quase as agarro, mas não quero apoderar-me de uma porção da história, tenho a curiosidade de saber o seu final. Se conseguir unir o quebra-cabeça que está diante dos meus olhos, assim como quem tece na folha branca, juntando as vogais, afastando palavras com espaços, afrouxando com vírgulas, travando no final das frases com o ponto final. Olhando bem as nuvens, elas movem-se num tear de fundo azul, a pouco e pouco um sopro de sabedoria de quem o manobra, faz com que estabeleçam comunicação entre si. Procede assim quem escreve, de um momento para o outro a folha branca deixa de o ser, agora é parte de uma história em construção.