Os leitores andaram ...
Em Rio de Moinhos o ruído do motor do cartepílar de um lado para o outro próximo da biblioteca ambulante, deixa o viajante das viagens e andanças incomodado. Foi de manhã, acontece outra vez no período da tarde. Está a ser um dia de outono perturbado pelo som de uma ferramenta a cortar pedra, a buzina intermitente do tractor constantemente alertando a sua deslocação aos mais distraídos. Só não ouço a voz dos trabalhadores, concentrados no exercício da sua actividade. A história de hoje poderia ter em consideração o início do outono, mas a concentração do som relativo ao trabalho envolvente, retirou a beleza deste dia. Os leitores andaram por aqui, a sentir a indignação das histórias pelo atrevimento do sons produzidos pelo estrondo da pá da máquina, das pedras a caírem, da areia a ser despejada de um camião. Da injustiça de não poderem ouvir os rumores do vento, as folhas das árvores arrastando-se pelo chão, ao sabor da aragem que não se deixa perceber. As páginas das histórias a realizarem a acção dos personagens, o sentido que as emoções tomam, a crónica que poderia ser outra, mas não foi.