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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Sem contemplações o vento expulsou a poeira, a nitidez está a regressar à normalidade. Na planície a manada não demonstra interesse naquilo que a envolve, com o focinho  e o olhar pousado na erva, avançam pela terra plana como se fossem cortadores de relva. Irrompendo com intervalos de curta duração o sol esforça-se para abrir à força a cápsula que cobre a aldeia, mas não passa disso mesmo, a densidade da cobertura é resistente. A tarde progride vagarosamente, as leitoras aproveitaram a mansidão do período para se sentaram com as histórias no regaço. Dão-lhes carinho ao mesmo tempo que conversam, não sei do que falam, talvez estejam a influenciar a mulher de pé a vir à biblioteca ambulante, conhecer as histórias. Não seria a primeira vez que leitores da biblioteca ambulante se aproximaram instigados por quem já a frequentava, estranham o espaço acanhado, rodeado de histórias. Finalizam a primeira visita levando uma, duas histórias, um pouco receosos, pela  possibilidade de lerem com este facilistimo que a biblioteca permite. Voltam outra vez, entranhados pelas palavras que gostaram de experimentar, daqui para a frente não param.