Passeio a pé pelo Adro de S. João
Um passo depois, entro no Adro de S. João, um acolhedor espaço, onde árvores altivas o escondem dos raios solares. Uma delas, na altura própria, as suas flores como que magia formam um tapete perfumado ao seu redor. Claro que o topónimo do largo tem origem na igreja aí implantada, templo segundo Manuel António Mourato e João Valentim da Fonseca Mota na Memória histórica da notável vila de Abrantes, e nas palavras do bispo D. Fr. João da Piedade foi idealizado pela rainha Santa Isabel.. Tendo vindo esperar o rei D. Dinis regressado de Palencia depois da paz de Portalegre, conseguida pela intervenção da rainha, no dia 24 de Junho do ano de 1300 mandou com a concordância do rei e seu cunhado D. Afonso edificar a ermida por ser este dia a primeira vez que entrava na vila, sendo esta uma das principais que o seu esposo lhe havia dado em dote do seu casamento. A igreja de S. João Baptista foi louvada como paróquia pelo rei D. Afonso no ano de 1326, foi a terceira da vila de Abrantes. Nela D. João I ouviu missa antes de partir para a batalha de Aljubarrota encomendando o sucesso da contenda. Posteriormente Filipe I reconstruiu-a depois de algum tempo em ruínas, mais precisamente em 1588, através das fintas dos moradores da freguesia. Do largo obtem-se uma vista panorâmica para o largo Mota Ferraz, uma esplanada improvisada e fresca, a constante permanência de automóveis estacionados retira a harmonia original do conjunto, e muitas vezes dificulta o acesso dos fiéis e daqueles que vindos de fora a queiram conhecer, ou até mesmo libertar-se da fadiga no seu interior agradável nos meses de verão. Acreditem e conheçam este local histórico de Abrantes.