Pequena no tamanho ...
O largo tem pessoas, sentados sob a esplanada que acompanha o desvio que a calçada tem para a entrada da rua ser ampla. Defronte, estão mais mesas e cadeiras ocupadas por mulheres, falam sem parar, raspando pequenas cartolinas da sorte. O homem que assa os frangos, vende hortaliças, flores e sei lá mais o quê, arruma o negócio na carrinha sem tirar o cigarro da boca. Acompanhado por outro que tem a totalidade do rosto coberto por uma espessa manta de pêlos, sobressaindo o cigarro ainda por consumir. As histórias não são novidade por aqui, extraordinário seria entrar na biblioteca ambulante um ou mais leitores. Sei que os há, estarão de costas voltadas com a leitura, poderão estar numa abstinência à mesma, para depois voltarem determinados no próximo dia em que a biblioteca permanecerá na aldeia. A tarde amistosa convida a caminhar nos trilhos em direcção ao rio, o mesmo onde o pai da pessoa mais importante nascida na aldeia foi arrais num barco. António Botto tem o seu busto num pedestal de granito, olhando a estrada que traz e leva forasteiros, a que um dia o levou para sempre. Pequena no tamanho a aldeia é enorme na conservação da memória do seu filho mais ilustre.