Perante o desejo descontrolado...
Novamente na estrada a levar histórias, após uns dias a comunicar com a pequenada nas Festas da Cidade de Abrantes. Não é de todo a atmosfera onde o viajante das viagens e andanças e a biblioteca ambulante se dão melhor. É a pisar o alcatrão, a permanecer nas aldeias e lugares, rodeados pela charneca, pelas pessoas dos sítios remotos. Nos dias quentes, nos dias frios, colados ao meio rural, cravados na terra deles. Não é propriamente o país das maravilhas, pouca densidade populacional com faixas etárias elevadas, pouca capacidade para ler e escrever, são obstáculos demasiados para as histórias se fixarem. Contrariedades ultrapassadas com a teimosia da presença da biblioteca ambulante, alguns cedem perante o desejo descontrolado de quererem ver as histórias unidas. Enchem-se de coragem penetrando no espaço mágico, olham para um lado e outro, tocam ao de leve nas brochuras que guardam as palavras encantadas. Saem apertando-as contra o peito, protegendo dos olhares o que irão ler, o que relatarão aos outros de experimentar a sensação agradável da leitura.