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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Pradarias de letras sem fim

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É chocante observar nas estradas que conduzem a biblioteca ambulante nas viagens e andanças pelas aldeias da minha terra, a mortalidade de pequenos animais silvestres, desventrados na estrada vítimas de atropelamento. Adicionando outros de maior estatura que galgam de um lado para o outro repentinamente em busca de comida, fugindo da terra queimada. Um ritmo acelerado, que acabará por ter consequências nos ecossistemas. Brevemente só os encontraremos nas fábulas e outras histórias, onde estão em segurança correndo livremente entrelinhas, saltando as vírgulas, esquivando-se dos pontos finais para não se precipitarem nos parágrafos. Cheirando pontos de interrogação em  busca de comida nos olhos que os lêem. Animais que nos transmitem mensagens cheias de moral e sabedoria que ajudam a sermos melhores pessoas. Ao contrário,  na vida real no exterior das páginas, para além da tragédia nas estradas, dos incêndios, perdemos o respeito pelos habitats, com plantações  inapropriadas, ou caçando em demasia. Seria importante relermos, dar-mos a ler a quem desconhece estas histórias antigas mas sempre modernas que Esopo, Jean de La Fontaine entre outros nos legaram e se propagaram através da oralidade em muitas línguas. Não quero acreditar que um dia todos estes animais só poderão ser observados nos acervos das bibliotecas e livrarias, a propósito, pradarias de letras sem fim.