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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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A porta aberta aos leitores, não é suficiente para seduzir os curiosos, ao passarem, nunca deixam de olharem para o interior da biblioteca ambulante. As histórias em sentido, direitas, na parada, acumulada de páginas escritas, esperam pela inspecção detalhada dos leitores experientes. Deitadas estão as mais novas, ao verifica-las, levantarão as mesmas, descobrindo que nunca as tinham visto em linha com as outras. São as primeiras a ausentarem-se na missão, comandadas por dedos conhecedores do ofício, encaminhando os olhares, explorando linhas imaginárias cheias de palavras desconhecidas. A discussão surgiu instantaneamente com o livro na mão, Bala Santa, do autor Luís Miguel Rocha. A origem da desordem surgiu na semelhança de títulos do mesmo autor. Escutei, ao mesmo tempo que escrevia o nome, os dados pessoais, da nova leitora na plataforma. A defesa de argumentos ao redor de histórias lidas, por ler ainda, as hesitações sobre as quais se leu, ou não. A biblioteca ambulante transformada num espaço de debate literário com leitoras experientes, e saberes literários. Prevaleceu a razão com a moderação inesperada do bibliotecário, na sua independência, e algum conhecimento no assunto partilhado pelas leitoras. O sol desapareceu, o céu está cinzento, num instante a tarde perdeu fulgor, o frio e a chuva estão de regresso. A biblioteca ambulante não se ausenta, vai e vem, pelas aldeias da minha terra.