Quando ambos chegam é ...
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As gotas de água não chegam ao mesmo tempo, batem no vidro grande da biblioteca ambulante, uma de cada vez. Os leitores também não entram no espaço das histórias juntos, um de cada vez, sobe, pelo degrau improvisado (obra notável do ofício de carpinteiro), para se reunirem a perscrutar. Pode acontecer, assim como sucede com a chuva, períodos de ausência, uma seca, para o viajante das viagens e andanças, para os solos, agricultura, e barragens. Quando ambos chegam é uma festa, uma manifestação de alegria para todos. Para língua portuguesa que hoje celebra o seu Dia Mundial, com leitores e escritores, e outros como eu, tentando acostar aos grandes navios de grande tonelagem das palavras portuguesas, a romperem distâncias. Para a «Manta de histórias», a juntar memórias para a tornar maior. A promoção da língua portuguesa com escritas criativas, as palavras do passado, unidas, no primeiro encontro, perduram até aos dias de hoje. As mesmas palavras, actualmente não se conseguem manter com assiduidade, unidas, os tempos são outros. A liberdade anda no ar, uma palavra de meia-idade, no pleno desenvolvimento. A língua portuguesa variada, nas aldeias da minha terra, pronúncias diferentes. Diversas maneiras de escritas, de oralidade, de ler. De interpretar, de viver, comandados pela língua. Rasgando distâncias na biblioteca ambulante.