Quando assim é, ...
Os espaços na rua, possíveis para o estacionamento da biblioteca ambulante na aldeia da Amoreira, estavam ocupados. Quando assim é, a solução é seguir em frente, na direcção de um espaço amplo, rodeado por amoreiras. No verão geram uma sombra agradável, onde as histórias se acalmam da inclemência do sol abrasador. Hoje não há sol, não está frio, a temperatura delicada resiste, aos comentários, vários, dos leitores, das pessoas, relacionados com as eleições do dia de ontem. O território também foi conquistado pela «nouvelle vague» da política portuguesa, no entanto não conseguiu destronar o vencedor do costume. Na origem, a semelhança com o canhão da Nazaré, onde os surfistas deslizam nas enormes ondas, batendo consequentemente na areia, desmanchando os castelos e as armas defensivas, com os quais conquistamos a independência e a liberdade. Com a crosta partidária a triplicar derivado ao sismo social. Na aldeia de Rio de Moinhos a tarde decorre devagar, próxima do adro da igreja, a biblioteca ambulante vê passar os automóveis, provocando olhares de curiosidade a quem os conduz ou é passageiro. É um outdoor, a publicitar a leitura, as bibliotecas, nem tudo está perdido, quando não há leitores. As imagens estampadas na carroçaria, chamam, obrigam os rostos a virarem-se na sua direcção, a estimularem as mentes que sofrem de paralisia digital. Recapitular leituras antigas naquele instante em que vêm as histórias de perto. Fazer voltar à memória que sabem ler, instigando-os, porque não o fazem?