Que continuem sempre a voltar
A exagerada frescura matinal surpreendeu o viajante das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, camisa sem mangas e bermudas, nada de mais para um dia de verão, no interior da biblioteca ambulante. No horizonte grossas nuvens surgem coagindo a vista a olhar mais que uma vez, com atenção para tais colossos. Na Aldeia do Mato esta voluntariedade da atmosfera puxou os aldeões de suas casas para as ruas, as hortas são esmiuçadas com exatidão, sendo as videiras as preferidas, não tarda aí as uvas estão sendo esmagadas, pisadas, com o sumo a ser depositado em depósitos. Após a fermentação, o vinho é filtrado para se retirar impurezas, repouso absoluto até ao dia de se provar. Na praia fluvial, o sol é agarrado por aqueles que estão deitados aproveitando os últimos dias de férias, preferem a temperada água do rio Zêzere, caminhar pelas margens, os desportos náuticos, os sabores do rio. As histórias apreciam que os variados forasteiros espreitem, consultem, que as usem pelo período da permanência, que continuem sempre a voltar.