Que sejam inseparáveis ...
Alguns pingos de chuva surgiram no vidro grande da biblioteca ambulante, no exterior possivelmente não os sentiria, tal não é o impacto dos mesmos, nem os oiço a bater. Um manto de nuvens cobre densamente a aldeia da Amoreira e tudo o resto à sua volta. Os ramos das amoreiras, cheios de frutos, movimentam-se de um lado para o outro, como tivessem a acenar às histórias. A opulência destas árvores cria sombra suficiente para abrigar os enredos da aldeia quando o sol está no auge, o que não acontece no dia de hoje. Até ao momento, os leitores não se pronunciaram, muitas vezes é o viajante das viagens e andanças que os relembra telefonando, invocando a sua presença. Expressam gratidão quando entram apressados para seleccionar novas histórias, uma sesta inesperada, a noção do tempo quando cuidam das hortas, são lapsos que acontecem uma vez por outra. Não fosse a vontade do viajante das viagens e andanças na presença de leitores, acostuma-los às histórias, as adoptem, que sejam inseparáveis na vida, os dias seriam aborrecidos pela privação de escutar as histórias deles.