São dias onde...
Mais um pouco e o sol ascende ao seu lugar mais alto, na aldeia do Vale do Açor, o Gregório compareceu na biblioteca ambulante, nunca falta, as suas histórias preferidas são relacionadas com o período da guerra colonial. Combateu em África, um conflito armado que ainda o persegue, gosta de estar informado com as histórias dos que como ele viveram esse tempo imperfeito da nossa história. A tarde está lançada, embalada pelo vento fresco que tem momentos ásperos. A biblioteca ambulante de portas escancaradas na aldeia de Bicas recebeu uma leitora, aguardava sentada, escondida na sombra da tília. A corrente de ar que percorre o interior da biblioteca ambulante impede o viajante das viagens e andanças de cerrar os olhos, está calor, não é nada ainda, o pior está para vir, quando a temperatura se aproximar dos 40°, ou mesmo ultrapassar este valor. São dias onde os leitores demovem o esmorecimento causado pela intensidade do calor, alertam que o melhor está para vir quando levam as histórias.