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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

São histórias que não querem terminar

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O inverno, tirou o disfarce de verão com que se apresentou nesta quadra carnavalesca, voltámos aos dias normais nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Apesar do sol brilhar, a sua energia é ofuscada pelo sopro do vento, onde tem momentos de alguma tormenta. Na aldeia do Tubaral, a laranjeira que se destaca no largo, tem as suas flores prontas a desvendar o quanto de beleza possuem, a soltarem o perfume que embriaga as histórias. A essência torna-as atrevidas para com quem se aproxima da biblioteca ambulante, facilmente abrem as suas folhas, expõem as letras sem vergonha. Querem ir com eles, querem estar o tempo que for preciso nas suas casas, muitas já se esqueceram donde vieram, quantas vezes a biblioteca ambulante visita as aldeias, e elas não voltam. Estão esquecidas, num recanto, no quarto, na sala, de uma qualquer casa de um leitor que não se recorda de a ter lido. Talvez ainda não a tenha folheado uma única vez, não cheirou as folhas, de um odor diferente das flores da laranjeira, mas tão perfumadas como estas. Absorver o aroma da tinta, do papel, ficamos a saber a narrativa que está escrita, a curiosidade aumenta pelas outras que ainda faltam ler, após lerem uma, duas, histórias, a biblioteca ambulante não deixa de voltar, trazendo outras histórias, o aumento do desejo descontrolado por mais leitura não pára. Afinal quem está inebriado pela substância libertada pelas flores da laranjeira é o viajante das viagens e andaças, já escreve sobre cobiças que não acontecem, são histórias de fantasia, são histórias que não querem terminar.

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