São nadadores olímpicos...
A primeira semana de Setembro trouxe vestígios de chuva, o Outono a querer afirmar-se naquele que está a ser um ano privado de água. Não passa de uma pequena indicação, as terras continuam secas, só as nuvens cruzando o céu não são as mesmas. Aproximam-se e fogem logo, brancas, cinzentas, unidas na cor não deixam cair uma pinga de água. A circunstância feliz são os homens da escrita, cujas canetas nunca deixaram de libertar a tinta que enche a torrente de palavras que vai inundar páginas sem fim de histórias. Na biblioteca ambulante, concluído o percurso, abalam logo, os leitores mergulham na história escolhida, nadam sem parar, o cansaço não os demove. Terminam a distância, atiram-se outra vez noutra, submergem sem se deixarem ver, quando a caixa de ar se esvazia, emergem à tona da biblioteca da ambulante em busca de outras histórias. São nadadores olímpicos, treinam diariamente para se manterem aptos nas páginas, aonde as ondulações das palavras ainda não são conhecidas.