São nuvens de letras
A saga do vento continua nas viagens e andanças com letras, as meninas e os meninos vêm da escola perfilados, de mãos dadas, como elos para não voarem. É sempre assim todas as vezes que a biblioteca ambulante estaciona junto da escola, não perdem uma visita com a professora que os acompanha sempre. Trazem histórias para devolver, levam outras para que lhes as leiam na escola, são como as nuvens que sobrevoam a biblioteca ambulante. Empurradas pelo vento vêem e vão, chegam gordas, cheias de água, abalam inundadas com histórias, anunciando pelas aldeias por onde voam, a boa nova. Lá do alto, as histórias desprendem-se das nuvens, esvoaçando como os pássaros, batendo as folhas em partes iguais, rasam o chão, dão piruetas como os estorninhos, tudo isto à boleia do vento, a escrever no céu. Com os braços estendidos os leitores tentam agarra-las com as mãos, sabendo que são desejadas não se intimidam perante a agitação. Pousam apertando com força as folhas umas nas outras, abrigando as palavras para serem lidas, são transitórias, não estão muito tempo no mesmo lugar, são nuvens de letras.