São os jornais os primeiros
Ainda no Vale Zebrinho, com a porta grande da biblioteca ambulante fechada, o viajante das viagens e andanças vê repentinamente uma mulher a correr até à boca da rua. - Não se vá embora, vou buscar o livro! - Diz num alarido. A Maria atrasou-se, desesperada arriscou aparecer para confirmar se a presença demorada da biblioteca ambulante na sua aldeia se confirmava. Pouco depois avançava segurando o livro numa das mãos, na direcção das histórias, atentamente o seu olhar percorreu as estantes, tirando numa e noutra, lançando no ar que as histórias seriam lidas junto da lareira. O sol faz companhia nos primeiros quilómetros para a aldeia das Arreciadas, o frio adiantou-se, os 11º centígrados não demoveram o João de visitar a biblioteca itinerante, com o saco cheio de livros subiu a custo o degrau improvisado que facilita o ingresso na casa das histórias. Como sempre, depois de colocar o saco no pequeno balcão, são os jornais os primeiros a ser pesquisados. - O Sporting é sempre aquela desgraça! - Diz ele. Como saportinguista, nem digo que sim, nem digo que não, a esperança é sempre a última a morrer. No Natal terá a presença dos filhos e netos, embora o tempo de permanência será diferente para ambos. Rapidamente este momento terminou, com o João outra vez com dificuldade de pisar o degrau, agora para descer.