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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

São teimosas

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As nuvens rasteiras ameaçam a manhã, o meu corpo indiferente, colaborando para este comportamento a ausência do sol madrugador, demorou a erguer-se, mas a tempo de iniciar uma semana de viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Hoje será a Atalaia na freguesia do Souto a sortuda com a presença da biblioteca ambulante e das suas histórias. Com a deslocação em progressão, a chuva acanhada faz a sua aparição, mais à frente os pingos engrossam e a estrada fica molhada, foi assim até ao largo da aldeia. Uma agitação anormal altera a calmaria habitual, homens munidos de roçadoras e sopradores cortam as ervas invasivas do espaço público, o barulho ensurdecedor ofusca todos os outros ruídos. Até os poucos automóveis que transitam nos dois sentidos ficam invisíveis perante tal fragor, só a carrinha do padeiro com a toada penetrante da buzina consegue sobrepor-se, tirando mesmo as mulheres de casa para se abastecerem de pão. Neste lugar a leitura está muito preguiçosa, um ou outro de vez em quando surge, fazendo com que a expressão do meu rosto se modifique de tanta admiração, depois um longo tempo de carência das histórias para com quem as lê por aqui. As viagens e andanças continuam sempre a parar na aldeia, são teimosas e não desistem deles.

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