Serão os sussurros...

As pálpebras pesam enquanto o texto avança devagar, há pouco larguei a história que me anda a ensinar sobre o passado. Não desisti de continuar a ler, simplesmente o entorpecimento é mais forte, optei por escrever. A tarde demasiado soalheira, estimula as pequenas aves que  aqui voam,  enganadas por um tempo que não é para tamanha algazarra ainda. Andam elas, andamos todos virados do avesso, falta saber se será sempre assim agora. As histórias estacionaram resvés ao território alentejano, atravessando a ponte lá em baixo, fico com o Alentejo todo para mim. Como existiriam  as histórias, na biblioteca ambulante aventurando-se  na charneca desconhecida, cheias de vontade de ser ainda mais conhecidas. Quem vive do outro lado da ponte gostará de ler, saberão eles, que há uma biblioteca ambulante que de vez enquanto se acomoda num lugar, à cabeceira da sua terra. Serão os sussurros das histórias suficientes para os inquietar, de maneira que a curiosidade os faça transpor a ponte. Sempre a ponte, passagem para realizar sonhos, bilhete para viajar, cedência para um futuro melhor.