Só o tempo passa pelas suas aberturas...
O largo está ermo, ouço os pássaros, mas não consigo vislumbrar vivalma. O vento também se faz ouvir no alcatrão quente, um painel para os traços grossos, não passam de sombras dos fios que nos permitem comunicar, como o sombreado dos prédios que ladeiam um dos lados da rua que desemboca na área onde cada vez mais só o ar a ocupa. A chaminé quieta sobre um telhado desgastado, onde só o tempo passa pelas suas aberturas, parece querer dizer que a estrutura onde está acomodada já foi um lar. Ali, no interior das quatro paredes, ouviram-se risos, lamentos, vozes de quem se levantava com o sol e se deitava com ele. Sobeja a terra e a pedra, a arte da alvenaria, como esta, há muito mais pelas aldeias da minha terra, um legado deixado às gerações futuras. A sucessão não foi correspondida, o tempo de um momento para o outro ficou demasiadamente apressado, a alternativa de partir foi mais alta.