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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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Nas aldeias que se cruzam na passagem da biblioteca itinerante, as ruas mais importantes estão enfeitadas com fios que as  atravessam perpendicularmente de um lado ao outro. Nestes, triângulos coloridos, pendurados, seguidos uns aos outros, balouçam a informar os forasteiros que a aldeia está em festa. Muitas  destas ornamentações é o que fica dos festejos já realizados, sobrevivem as memórias dos dias alegres, dos filhos que estiveram presentes, dos desconhecidos que passaram a ser amigos. Das noites a dançar, empurrando o cansaço ao limite, a comer e a beber sem ter fome e sede, as festas são assim, demasiadas em tudo.  Sobretudo, continuará a esperança de que para o ano haverá festa novamente, na aldeia onde estou a festa terminou ontem, na rua onde tudo acontece, não se vê quase ninguém, o sol caminha para o seu local mais alto sem ninguém que o queira agarrar. As histórias estarão assim orfãs de leitores, não sei, esperarão por eles, talvez quem não tenha hábitos nocturnos possa romper a dormência da aldeia, e chegue cheio de vontade.