Soluções para ultrapassar estas incertezas
Ouço o apito do comboio, indício que a chuva poderá surpreender neste dia de viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, onde sobressai a ausência do verão. Sendo a presença da biblioteca ambulante nas aldeias da Concavada e Pego real, mais logo nos locais habituais, acreditando que os leitores aplicados gastem as histórias, mas nunca as suas mensagens. Vou ter a companhia do vento, murmurando devagarinho, gritando por momentos, de modo grosseiro aos meus ouvidos. São os lamentos da natureza, cada vez mais adulterada pela acção do comportamento humano, adiantando caminho ao destino, na planície a cor é instável, desde o amarelo que magoa a vista, ao preto indicador que por ali andou o diabo. Na Concavada as árvores estão alarmadas, as ramagens não descansam, são leques gigantes que arrefecem o viajante das viagens e andanças. Aqui são poucos os leitores que consomem letras, até agora não descobri nenhum, as férias continuam, viajaram para acharem outros lugares, novas culturas, estão a trabalhar, não têm um lampejo de determinação em saber ainda mais. Tudo isto me faz perder o sossego, a escassez, o que falta desenvolver ainda mais, a inoperância política, admitindo haver soluções para ultrapassar estas incertezas. Na aldeia do Pego, representada pelas suas casas baixas, os enfeites estão uniformes do seu princípio ao fim e vice-versa, alertando quem a atravessa pela EN118, que as festas estão aí no fim de semana que se aproxima, um mar de gente brota de todos os lugares para se concentrarem na aldeia, animando as tardes e noites.