Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

13.Abr.23

No estendal a roupa branca ...

historiasabeirario
A água na bica não se cansa de correr,  é a terra a expressar-se, a revelar-se aqueles que matam a sede na fonte, ao viajante das viagens e andanças. Ao bebermos dela ouvimos confidencias, as palavras alegres, os queixumes, a leviandade de alguns a cuida-la. Na Aldeia do Mato a leitora aproxima-se a mencionar que não vai levar histórias, só quer conversar comigo, está acordada há algum tempo e sou a primeira pessoa que encontrou. Aos seus olhos os terrenos e casas abandonados e (...)
27.Jan.23

Inflamando esta mistura nos leitores ...

historiasabeirario
Abrir a porta da biblioteca ambulante hoje de manhã foi difícil, duas ou mais tentativas para desobstruir o acesso ao local das histórias foram eficazes a quebrar o gelo. Retraídas e muito juntas umas das outras nas estantes a protegerem-se do frio, só de olhar as histórias dava dó. O pequeno espaço gelado necessita rapidamente de calor, de gente a ocupa-lo, a afastar as histórias, a retira-las dos lugares que ocupam, abrir páginas, folhear, darem ânimo às letras para empurrem (...)
11.Nov.22

Gosto de os ouvir ...

historiasabeirario
É com alegria que estaciono a biblioteca ambulante na Abrançalha de Baixo, encostada ao café da Associação de Moradores. Coloco os jornais e revistas nas mesas, sento-me, gosto de os ouvir, entre leituras, conversas sobre água pé, provas, o São Martinho, o som das folhas de um lado para o outro, apressadas para não perderem pitada da conversa. Mulheres e homens bem dispostos, gargalhadas à mistura, são trinta e poucos minutos de magia. A indulgência do sol ao início da (...)
11.Nov.22

Felizmente há muitas nascentes ...

historiasabeirario
O sol não consegue impelir para longe o ar frio na Aldeia do Mato, na fonte da aldeia a água continua a romper, também é ela que chama as pessoas à povoação, atestam garrafões como se não houvesse amanhã.  É com desprazer que olho a felicidade da fonte ser tão útil, a minha só às vezes consegue matar a sede, não tem a afluência desta, a disparidade está no inesgotável fluxo de palavras. Nesta fonte as palavras não correm risco de seca, no passado fecharam-nas, não (...)
16.Set.22

O estranho acontecimento do gafanhoto ...

historiasabeirario
O estranho acontecimento do gafanhoto que gostava de ler livros do Stephen King, teria tudo para ser um título de  uma história divertida. O personagem principal, quem se lembraria de um insecto saltador, leitor assíduo de histórias de um romancista norte-americano. Na história lerá saltando de linha em linha, de uma página para a outra, transporá demasiadas páginas de uma só vez, para voltar atrás noutro salto e recomeçar. Aqueles olhos esbugalhados, conseguirão envolver as (...)
10.Ago.22

Tudo ao redor desaparece...

historiasabeirario
A luz brilhante do sol em Martinchel não atrai leitores à biblioteca ambulante, junto das tílias as histórias protegem-se na sombra destas árvores. O odor que as suas flores libertam não se faz sentir ainda, não estão prontas para as infusões que abrandam a velocidade, muitas vezes furiosa das pessoas. A leitura não tem cheiro, apenas na imaginação de cada leitor, destapando as brochuras dos livros solta-se a fragrância  das folhas causada pela impressão das letras. (...)
23.Mai.22

Ao ponto de ficar encharcado de palavras...

historiasabeirario
Está uma tarde morna com nuvens no céu, umas atrás das outras, empurradas pelo resto do vento da manhã, a dizerem que poderá chover. Não acredito, sem pararem não vão deitar cá para baixo alguma água que transportam. A biblioteca ambulante é uma nuvem cheia de histórias, impelida pela vontade do viajante das viagens e andanças a levar enredos, permanece nas aldeias despejando-as a quem as queira ler. Há quem goste de se molhar pelas letras, ao ponto de ficar encharcado de (...)
04.Mai.22

Esperança e desesperança...

historiasabeirario
O calor está de volta, em Martinchel a biblioteca ambulante aproveita a escassa sombra que a tília consegue dar com as suas jovens folhas. Os leitores e as pessoas da aldeia são preguiçosos ou não gostam de ler, poucos jovens, demasiada idade nas pessoas, não são impedimentos para se aproximarem das histórias. A biblioteca ambulante volta sempre ao centro da aldeia, no pequeno largo com uma fonte, à beira da estrada que não se cansa dos veículos que não a deixam de atravessar (...)
13.Abr.22

A primavera beijou-nos...

historiasabeirario
A primavera  beijou-nos de surpresa, as histórias, a biblioteca ambulante, o viajante das viagens e andanças estão cheios de sorte neste dia percorrido nas aldeias, também elas beijadas pelas águas do rio Zêzere. É pois um dia completo de beijos, juntando a estes os beijos dos leitores quando enfrentam as histórias na biblioteca ambulante. Beijos para aqui, beijos para ali, letras a beijarem-se, palavras a beijarem-se. Ler uma história, não é mais que um longo beijo de quem a (...)
25.Mar.22

As histórias sobram...

historiasabeirario
O vento e mais poeira, marcam a manhã das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. No café o Nuno e uma cliente, ambos leitores da biblioteca ambulante ficaram com as cabeças encaixadas nas páginas dos jornais e das revistas. Uma leitura obrigatória sempre que venho à Aldeia do Mato. A informação periódica ainda é importante para alguns, um estímulo para outras leituras, uns preferem a informação desportiva, outros apontam à generalista e social. Gostam (...)