O dia rompeu nublado, maniatou as viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, por um bocado estacionei o raciocínio. O destino da biblioteca ambulante hoje de manhã executei-o ontem, sem problemas rumei à manhã contrária a matutar o sucedido. As intermináveis viagens a levar histórias trazem discrepâncias na sucessão dos itinerários. Desatei a situação, sem questões os leitores lá estavam para ler o jornal, levar uma história, conversar exclusivamente. A (...)
Transitando numa das estradas que leva a biblioteca ambulante ao encontro dos leitores observo ao longe alguém caminhando na berma da estrada de braço erguido com a mão oscilando de um lado para o outro em saudação. Mais próximo reconheço um leitor, efusivamente não parava de acenar à biblioteca, abrandei retribuindo o gesto simpático. Uma chuva miudinha apoderou-se à chegada em Martinchel, a perseverança da água inunda a tarde, não impede as pessoas de realizarem trabalhos (...)
O frio não demove a chuva mesquinha a cair obstinadamente nesta manhã na Aldeia do Mato. Sem abrir as portas da biblioteca ambulante espero pacientemente por leitores aventureiros. Estou como o pescador lá em baixo no rio, aguardando sem perder a calma que o peixe caia na armadilha presa no anzol. Não têm conta os lançamentos da linha de pesca efectuados para a água até o peixe ser apanhado nas falsas afirmações do isco. No interior da biblioteca, sem linha, com a chuva a (...)
Os panos dos chapéus de sol esvoaçam como se quisessem levantar voo, como muitas pesssoas da aldeia o fizeram. A biblioteca ambulante vai pousando aqui e ali, nas aldeias, umas com leitores, noutras nem por isso, um, dois, são os números que fazem levantar voo as histórias. Empurradas pelo vento que nasce na charneca, chegam às partes mais distantes do território que abrange o itinerário. Há dias de sorte, onde o tempo é apressado, os leitores, a leitura comentada, conversa (...)