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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Hoje, ao deixar o meu filho na escola fui admoestado por um agente da autoridade, ao entrar na rua circundante do estabelecimento de ensino, bem o vi (a primeira vez desde que o meu filho frequenta a escola) lá ao fundo girando os antebraços, como que a alertar, vem depressa, não interrompas a marcha. Há quatro anos para cá que enfrento (com outros pais) a fila de automóveis, diariamente no período de aulas, muitas com um quilómetro de extensão ou mais, até estacionar defronte do (...)
06 - 02 - 2017 De: Mustafa Ali Allepo Síria   Para: Tio Sam Casa Branca América   Espero que ao receberes esta carta te encontres bem com a tua consciência! Escrevo-te de uma cidade que em tempos atrás acordava com o sol batendo nas nossas janelas, os pássaros logo de manhã chilreavam de alegria saltando de ramo em ramo nas laranjeiras floridas, ao mesmo tempo  que o perfume destas preenchia as ruas. As crianças percorriam-nas cheias de alegria, caminhando para (...)
  Hoje a manhã voltou a sorrir, o vento suave que me tocava no rosto enquanto caminhava  na direcção da maior via fluvial que atravessa a meio a ponta da península, activou os músculos que teimavam obedecer ao ritmo que queria impor. No rio não se viam os patos do costume, a serenidade das suas águas absorvem os escassos raios do sol que mergulham amedrontados. Além deste que escreve, um casal e um outro que me causa espanto a sua rapidez e a distância que percorre sem se (...)
12 Ago, 2020

Convida a escrever

  O sol está oculto por espessas nuvens que ameaçam queda de água, a manhã assim convida a escrever. Foi nesta frescura abençoada por quem tem superioridade de gerir a existência de tudo, que saí para beber um café, transportar a minha cara metade ao trabalho e ter tempo de observar um veículo de recolha do lixo a  retirar desperdícios domésticos numa altura despropositada para o efeito. Enquanto aguardava pela abertura dos CTT, fiquei perplexo, como não é possível este (...)
07 Ago, 2020

Escrevem sobre tudo

    Ando há dois ou mais dias de volta de um texto, ora avanço, ora delete,  na escrita digital, assim sucessivamente quando me sento defronte do monitor. Está complicado, a ideia do que tenho não se desenvolve como pretendo. Ainda por cima não me canso de ler textos e artigos de opinião diariamente escritos por uns e umas, quase sempre os mesmos escrevinhadores. Fico abespinhado, escrevem sobre tudo, política, desporto, saúde, sociedade e sei lá mais o quê, desgastando as (...)
03 Ago, 2020

Voltar outra vez

  Estou a escrever sem saber que palavras surgirão do meu raciocínio. É uma autêntica aventura escrever por linhas ainda por explorar após tanto tempo sem teclar, sem inspiração, sem motivo que me aguçasse a vontade de voltar à caligrafia. Penetro no espaço em branco, receoso, sem saber bem que letras pressionar pela ação dos dedos. Foi muito tempo, não sei, amanhã, noutro dia, voltarei a ter disposição para continuar a escrever? Este tempo desconhecido em que (...)
  O vento despertava a água, injuriada formava pequenas ondas que cruzavam a superfície esverdeada do rio, acabando por se despedaçarem umas nas outras e na margem. A temperatura era assim mascarada pelo ar em movimento. Quem estava exposto a estes elementos, não passava despercebido ao que acontecia no rio. Um indivíduo envergando um colete, calças, na cabeça um chapéu tradicional marroquino, óculos de sol no rosto não parava de se exibir em cima de uma pequena prancha, (...)
      "A posição curvada até ao chão, os olhos postos na linha que desaparecia no caneiro do leito do rio, encoberto pelas ervas altas da margem, não muito distante do olival que termina no cimo do cabeço, junto dos muros que protegem a vila e o castelo. Assim estava o rapaz tentando pescar algum peixe para a ceia, as couves do jantar já foram há muito e souberam a pouco, sem ser visto por algum quadrilheiro que se desviasse das suas funções na passagem das barcas para se (...)
  Gosto de ler, presentemente aprendi apreciar a escrever, descobrir palavras novas, a realidade do que estou a escrever é tanta que o dia ultrapassou outro, estou sentado na mesa olhando o monitor do computador, aplicado para não cometer erros ortográficos. O lugar onde componho está escuro, só a pequena luz de apoio cai no teclado, auxiliada pelo brilho da tela. As janelas estão abertas, deixando entrar o ar fresco e o ruído dos motores dos veículos, uns impacientes, outros (...)
  Já perdi a contagem ao número de livros, para ser verdadeiro nunca os contei, foi só um método mais pretensioso de iniciar o texto. Mas foram muitos os livros que passaram sob o olhar atento dos olhos e pela segurança destas mãos e dedos desenvoltos a folhear as suas páginas e que escrevem este texto,  lá isso foram. Livros grandes, livros pequenos, espessos e delgados. Alguns com as folhas amarelas de tanto tempo guardados nos depósitos, esperando a oportunidade de (...)