Não chove, o sol tenta dar um ar da sua graça, a cortina de nuvens mantém-se inquebrável apesar do esforço. As viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, rumaram ao norte do concelho, Carril, para ser mais exacto. Aldeia, onde o casario acompanha o declive da encosta, ao encontro dum vale apertado. Quase não se vê vivalma, por ser exposta ao isolamento geográfico, torna-a mais intimista, das restantes outras situadas ao redor. Carril, 27 de Março de 2017.
Entre ventos e fumos, o título do livro editado pela Bertrand Editora, que hoje é novidade na biblioteca itinerante, estacionada no declive onde assenta a aldeia do Carril. Escrito por Nuno Diniz, cozinheiro e gastrónomo, tem na sua introdução conformidades, com as quais me identifico nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra. Com outras florestas, outros caminhos, estradas largas e estreitas, distâncias longas e curtas. Sou obrigado e não a esquecer, as (...)
Outro dia na estrada nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, na aldeia do Carril não há nada de novo, aqui os aldeões não se deixam observar. A biblioteca ambulante com as histórias, no local habitual espera e desespera por leitores(as), por alguém, por vozes. Só um cão, curioso por tantas histórias alinhadas em estantes, acomodadas em prateleiras, sentindo-se tristes por não serem mexidas, as do topo, quase a tocarem o tejadilho, inclinam-se para (...)
Logo pela manhã a paisagem dos terrenos junto ao rio Tejo no Tainho é de despertar o interesse, neles longos sulcos perfeitos e rectilíneos esperam pelas sementes. Motivação que baste para o início das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, seguindo outra alternativa pela nacional nº2 , rolando até ao Sardoal na biblioteca ambulante, passando ao redor da vila, avisto o Jardim das Cameleiras, onde uma grande parte de mim descansa eternamente sob flores (...)
No começo da Rua das Flores na aldeia do Carril a biblioteca ambulante com a sua ferramenta de trabalho (módulo de empréstimos) pronta a registar quem traz e leva histórias. O vento nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, quer distinguir-se nesta manhã, soprando mais forte. Na estrada, indícios de quem ali habitou há muitos anos, só a alvenaria ainda resiste ao tempo, naquele espaço geraram-se acontecimentos, mais tarde os que ali existiram (...)
O frio continua, mas o sol brilha desde manhã cedo. Na deslocação nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante foi surprendida pela travessia brusca, sem tempo de durar o momento, de uma raposa na estrada no destino à aldeia do Carril. As histórias vão-se demorar na aldeia que acompanha o declive, aguardando os aldeões. Sulcam as suas hortas semeando e plantando legumes que serão colhidos mais perto da estação das flores. Algumas (...)
O som próximo de algo a embater em folhas, advertiu que ainda se vê panos verdes a rodear as oliveiras, não há muita azeitona, mas é boa, o azeite tem mais qualidade. Dizem os aldeões, não se cansam de a colher com um sorriso no rosto. A biblioteca ambulante nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, é espectadora disso mesmo, nas últimas semanas a agitação nos olivais junta famílias, uns tiram férias, outros deslocam-se das cidades para onde abalaram, (...)
O início da manhã apontava que o dia iria ser quente, a demonstrar isso mesmo está a temperatura na aldeia do Carril 34º. Assim é a estreia das manhãs nas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, na chegada da nova estação o sol cruza o plano do equador celeste (equinócio), brindando este território com ardor. Agora mesmo um aldeão comentou o fenómeno natural e a temperatura, as culturas agrícolas, tudo mudado. As histórias deslocam-se de aldeia em (...)