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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

03.Abr.23

Escreve-se na terra as ...

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Plantam-se cebolas na horta, seduz-se na biblioteca ambulante as pessoas a estabelecerem-se como leitoras. Numa e noutra dão-se esperanças, alimentos que trazem vigor e aberturas num horizonte desconhecido. Escreve-se na terra as palavras manteúdas, lêem-se na biblioteca ambulante outras pelas quais nos viciamos. Ambas promovem a evolução, o recomeço, a paisagem de um lado e outro da estrada está cheia de uma nova vida a despontar. As crias recém nascidas nos rebanhos não (...)
15.Mar.23

Podemos reaparecer ...

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Nos confins do território das viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, a roçar o norte alentejano, na berma da estrada, a biblioteca ambulante reencontra os pastores apoiando-se no cajado a observar os seus rebanhos. Junto a estes os cães vigiando o movimento dos animais, a abundante erva trava-os de se desviarem dos locais escolhidos para permanecerem. O floreado silvestre vai conquistando a pouco e pouco o tapete verde, fico curioso por saber quem ganhará a (...)
24.Fev.23

O remédio literário traz ...

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As nuvens estão a aprisionar a tarde na cidade que acolhe a biblioteca ambulante. De manhã os ares campestres trouxeram leitores, a proximidade com as áreas de comércio de grandes dimensões, de restaurantes com refeições preparadas e servidas rapidamente não traz mais leitores. Infelizmente abordam com mais frequência o Centro de Saúde e a Clínica Médica, ambas coladas ao local espaçoso onde as histórias habitualmente estão acomodadas. Não sabem elas e eles que as (...)
18.Jan.23

A leitura não é estranha ...

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As cegonhas perfilam-se nos postes destinados a sustentar os fios das telecomunicações ao longo da rua principal da aldeia, aos pares, nos ninhos, batem as mandíbulas rapidamente. Um sinal de alerta, um aviso da presença da biblioteca ambulante à população, presumo, seria bom se assim fosse. Habituadas à  passagem das histórias, lentamente de uma ponta à outra da rua, na qual estaciona defronte do mini-mercado ligado ao único café da aldeia. Os homens encostados ao balcão (...)
12.Dez.22

Os sorrisos estiveram presentes ...

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O dia não trouxe nada de novo, nem o vento com os murmúrios  mais acesos consegue agitar a parda manhã. O café na única rua da aldeia é o local de reunião das pessoas que desafiam a chuva, quem  surge vem com passo apressado e molhado, a inutilidade do guarda-chuva é visível, apesar de o trazerem. Inicio de semana com despedidas e aspirações de um bom Natal e um Novo Ano cheio de tudo de bom. Os sorrisos estiveram presentes, as lágrimas surgiram sem esperar, de quem perdeu (...)
21.Nov.22

A fidelidade também a tem ...

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As cegonhas regressaram, é impressionante observa-las equilibrando-se nos ninhos situados no cimo dos paus que ajudam a passar os fios da electricidade, das comunicações, cravados no solo. Nas chaminés, nas torres sineiros das igrejas, à beira da estrada, no campo juntamente com os animais procurando comida, chegam de África, atravessam o Sahara a desejar que os ventos no estreito de Gibraltar estejam de feição para o transporem até às aldeias da minha terra. São viajantes do (...)
02.Nov.22

Segundo estes sábios ...

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Foi a mandriar que o sol se levantou, o rio lançava vapores confundindo os mais distraídos que o atravessavam na ponte para além Tejo. No campo, sob as oliveiras os panos verdes recebem azeitonas expulsas pela violência das varas a bater na ramagem, homens e mulheres, corcovados, apanham  os bagos pretos. Segundo estes sábios, não está a ser um ano de muita azeitona, a pouca que resistiu a um ano difícil desenvolveu-se com as últimas chuvas, subitamente ficaram mais volumosas. (...)
07.Set.22

Onde as histórias são testemunhas

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A estrada me leva e me traz, não cálculo os quilómetros percorridos com sol e chuva, toldado nas névoas matinais, fatigado no crepúsculo. Uma estrada fabulosa, cujo início em Trás-os-Montes se prolonga até ao Algarve. Nos dois sentidos gente ousada, determinada a transpor a distância.  Nas motas, nos automóveis em bicicletas, a pé, estes exploradores, talvez um dia criadores de histórias de viagens, encontram, e conhecem outras tantas nos lugares, aldeias e cidades (...)
19.Ago.22

Não querem aprender com a leitura...

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O sol maltrata o viajante das viagens e andanças no bairro da Encosta da Barata. Ninguém se atreve expor o corpo para se dirigir às histórias, não querem aprender com a leitura. Houvesse curiosidade, leriam sobre a perigosidade da exposição ao sol. A leitura ensinava-os a protegerem-se, atrever-se-iam a aproximar-se da biblioteca ambulante para outras leituras. Bem os vejo a caminharem na direcção do café, ar condicionado, cerveja fresca, conversa gratuita, bem melhor do que (...)
01.Ago.22

Melhor união não há...

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O vento trouxe-me de regresso às viagens e andanças, voltar a ter a presença dos leitores, as pessoas que se aproximam a saudar o retorno da biblioteca ambulante às aldeias. De um momento para o outro o pequeno balcão de atendimento quase não tinha espaço. A quantidade das histórias colocadas pelos leitores, após este longo intervalo, formava uma construção em altura em que as frases estavam unidas por palavras e estas mantinham o equilíbrio com a afinidade que tinham com as (...)