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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

    O rádio não se cala de tocar músicas de Natal, os cantores e as suas vozes barulhentas esgotaram os meus ouvidos. A partir do momento em que liguei o aparelho da biblioteca ambulante, continuamente, uns atrás dos outros, desfilam sem parar. Cansado desliguei-o, parti o fio que me ligava à emissora. Passei a ouvir o som harmonioso do motor, aquele que me transporta diariamente às aldeias da minha terra, levando histórias. Habituado à sinfonia do aço com a termodinâmica a (...)
Nos meandros das ruas encaixadas entre prédios, cujas varandas apresentam roupa estendida, a biblioteca ambulante explora vestígios, deixados propositadamente, que marcam a época que vivemos, nesses lares. Para lá das portas, exceptuando o que acabei de descrever, as histórias serão assim como mostram as árvores de Natal. As luzes que não estão ligadas, mas quando a noite cai apressada como sempre nestes dias, ganham vida confirmando que afinal está tudo bem. As histórias que (...)
  Ainda no Vale Zebrinho, com a porta grande da biblioteca ambulante fechada, o viajante das viagens e andanças vê repentinamente uma mulher a correr até à boca da rua. - Não se vá embora, vou buscar o livro! - Diz num alarido. A Maria atrasou-se, desesperada arriscou aparecer para confirmar se a presença demorada da biblioteca ambulante na sua aldeia se confirmava. Pouco depois avançava segurando o livro numa das mãos, na direcção das histórias, atentamente o seu olhar (...)