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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

18.Abr.23

Não quebram a vontade de voltar ...

historiasabeirario
    A tarde quente afasta as pessoas do largo e os leitores da biblioteca ambulante, mesmo a internet não está  pelos ajustes com o viajante das viagens e andanças. O trabalho espontâneo está ameaçado ou melhor, estragado, recorrerei à esferográfica BIC, um objecto a democratizar a escrita desde 1950. Nem as sombras a conquistarem espaço ao largo atraem as pessoas, somente os pássaros a voarem em liberdade e a cantarem a independência absoluta se deixam observar e (...)
29.Mar.23

Saborosas histórias escutadas ...

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Há quem tenha crescido numa família numerosa, e não tivesse oportunidade de aprender a ler. Um tempo cruel, onde se fugia de casa para ir à escola, ser alcançada pelo progenitor e ter de voltar para casa, ser usada como ama de companhia dos irmãos mais novos. Felizmente existem as bibliotecas ambulantes, os planeamentos e pessoas interessadas em minimizar os estragos de uma sociedade descontinuada pela autocracia, fome e guerra. Ainda assim amputadas de saber unir as letras, (...)
10.Mar.23

Brotam plantas, ganham-se leitores ...

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  Uma frota de nuvens navega no oceano celeste, impulsionadas pelo vento estas viajantes não esgotam a resistência, atravessando sempre as aldeias da minha terra. Gordas, extensas, pequenas, traçando diversas formas, inquietando a imaginação de quem as observa atentamente. Talvez sejam histórias semelhantes aquelas da biblioteca ambulante, trazendo vida às pessoas nas viagens e andanças. Água e palavras, ambas matam sedes e solidões, diferentes na assimilação, iguais no (...)
01.Fev.23

O calor da narração ...

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A leitura em voz alta não interrompeu o ponto de Cres.ser, o dedal, as agulhas e novelos, a escrita iniciada antes de saberem ler e escrever nos cadernos da escola, a ouvirem e lerem a história. A partida foi o Cão como nós do autor Manuel Alegre, no tempo presente uma história para ser lida por quem faz leis, por quem tem animais, por todos nós.  O frio matinal ficou na rua, as palavras ecoavam na sala através das falas, ritmos diferentes transmitiam as emoções escritas, os (...)
13.Jan.23

Acaloraram as mãos ...

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O frio impôs o uso de mais agasalhos hoje de manhã, todas se lamentavam da temperatura baixa, foi a primeira vez neste inverno que ouvi tais desabafos. Ainda assim a insensiblidade climatérica não foi impeditiva às leitoras de conviverem um pouco com as histórias. Acaloraram as mãos a vasculharem nas lombadas na tentativa de descobrirem um autor preferido, folheando as histórias de uma ponta à outra, captando fragmentos motivadores para retirarem as histórias das prateleiras. De (...)
06.Dez.22

Não agarraram os genes

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O som da moto-serra empunhada pelo homem equilibrando-se no escadote a cortar ramos de uma árvore absorve a tranquilidade da tarde na aldeia. Este desafio à quietude  do lugar chamou a curiosidade, esta, trouxe as pessoas ao largo, pô-las a falar alto umas com as outras para se perceberem, mas sempre com os olhos colocados no trabalho realizado na árvore. Talvez entendam do assunto, acredito que sim, estamos num território rural, ou eventualmente não concordam com a separação, ou (...)
16.Nov.22

As suas raízes ...

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Num céu forrado de cinzento, destacam-se as cores das folhas agarradas aos ramos das árvores. Não sendo uma árvore, figuradamente posso referir o contrário, as suas raízes aumentam consoante a presença nas aldeias, os leitores conquistados, os que virão submetidos por um livro de cada vez. As cores enraizadas na estrutura metálica, anunciam a sua identidade, obrigam quem se cruza a desistir de olhar na direcção que segue, para se virar no sentido do seu destino. Uma árvore (...)
27.Out.22

Pequena no tamanho ...

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O largo tem pessoas, sentados sob a esplanada que acompanha o desvio que a calçada tem para a entrada da rua ser ampla. Defronte, estão mais mesas e cadeiras ocupadas por mulheres, falam sem parar, raspando pequenas cartolinas da sorte. O homem que assa os frangos, vende hortaliças, flores e sei lá mais o quê, arruma o negócio na carrinha sem tirar o cigarro da boca.  Acompanhado por outro que tem a totalidade do rosto coberto por uma espessa manta de pêlos, sobressaindo o (...)
21.Set.22

Lugar de inconstâncias

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Olhares exploradores em busca de histórias desconhecidas, ou talvez reler novelas abandonadas nas tábuas da memória. Os anos passam, a leitura, onde vai ela, nunca mais pegaram numa brochura,  mãos desabituadas em acolher fantasias, dedos debilitados pela privação de dedilharem páginas de um oceano de palavras. O receio de enfrentarem as ondas de letras que pularam na criancice na escola que abandonaram precocemente. O vaivém das ondas continuou, nunca mais foram à praia, (...)
02.Set.22

Agora que o outono...

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No Largo das Escolas, encostada à rua do Moinho de Vento, a bibillioteca ambulante, emboscada, diante de quem possa ser surpreendido pelas histórias. Leitores, desconhecidos, podem parar repentinamente, não estarem precavidos não é problema, as portas estão abertas, as histórias possuem sonhos, fantasias, verdades, sobretudo experiências de vida. A mistura de tudo isto, ainda é para muitos algo que não adivinhavam, para quem experencie uma primeira vez na biblioteca ambulante, (...)