O verão, como está hoje de manhã, nem muito frio nem muito quente, deveria prosseguir neste grau de aquecimento até à chegada do outono. As viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra não seriam marcadas pelo abuso da força da temperatura do sol. Mas, recomendadas às pessoas, seguindo a biblioteca ambulante, irem aos lugares onde esta permanece, nas aldeias. O bibliotecário respiraria, livre, do peso da temperatura elevada. Da quantidade de água libertada pelos (...)
A temperatura por enquanto mantêm-se equilibrada, ao contrário dos dias anteriores, em que o período da manhã caminhava a passo largo aos 30º. Felizmente, um vento leve vindo não sei de onde, permite uma manhã discreta, o desembaraço das histórias. A visita dos miúdos do infantário, estimulados, por saberem que irão arrancar palavras ainda ilegíveis. Agarrarem nas histórias, comunicarem entre uns e outros, vendo as imagens impressas, imaginando, revelando as suas (...)
O mês de Junho está de passagem, no espaço intermédio, entre o princípio e o fim deste, conduz um acelarador de vontades, de iniciativas. Evocam-se os Santos, o solstício de verão, casam-se o sagrado e o profano. Há letras no ar, jogos de luzes bailando nas sombras da noite, palavras com sabores a sardinha, a broa de milho. Soltam-se, nos dias de muito aquecimento, ou de muito arrefecimento. Envolvendo-se num abraço ameno, fazendo regressar as pessoas aos bailaricos, às (...)
Na biblioteca ambulante a possibilidade de seleccionar entre entre duas ou mais histórias, leva os leitores a viajarem a sítios que não são conhecidos deles. Nestes momentos, separados do que os rodeia, a biblioteca ambulante transforma-se num mundo cheio de acessibilidades. De lugares onde todos têm possibilidades de chegarem. Este corpo sem ter luz própria, com uma gravidade satisfatória, com forma rectangular, movendo-se numa órbita em redor das aldeias da minha terra. Onde os (...)
Os rostos expressam alegria, abertos, a quem observa as tecedeiras da «Manta de histórias». Yara Kono, a ilustradora da história infantil, sempre incansável a assinar pelo próprio punho, a obra, inspiradora destas mulheres, oriundas das aldeias da minha terra. Ela própria impressionada pelos trabalhos. A manhã foi de apreciar as palavras entre as obreiras da confecção, do lado exterior da colmeia. Biblioteca ambulante, espaço onde são fabricadas inspirações, através do (...)
O sol bate na biblioteca ambulante, na rua, um velho segue o traço preto, orientando-o em direcção ao Centro de Dia. Onde ficará até ao final da tarde, depois chega a noite, não vem sozinha, a solidão instala-se na casa do velho. É visita habitual, o velho não estranha, dialoga consigo próprio, com as memórias penduradas numa parede. A mulher há muito que partiu, na aldeia não tem mais ninguém, é no Centro de Dia que passa os dias, junto a outros na mesma condição. O (...)
Empurrada pelo vento abundante a ramagem do plátano grande, na aldeia do Vale Zebrinho, bate levemente na biblioteca ambulante. Embalando-a como as mães fazem com os filhos de tenra idade, as histórias deixam-se ir nos braços da árvore. A sonharem, nas viagens e andanças, nas famílias que as usam, no período que permanecem nas suas casas. No leitor que vivia sozinho, que as adaptou para ser feliz. Na leitora, no início inexperiente, depois, mais crescida no conhecimento (...)
A debilidade do sol causou uma manhã frouxa, em comparação com as manhãs anteriores. Um casaco, um pullover, não estorvam a quem os usa, no caminho para o trabalho. Assim, andam as viagens e andanças nos altos e baixos, da meteorologia. Expondo o viajante das viagens e andanças, a uma temperatura extrema, colocando-o a seguir noutra oposta. Atingindo a itinerância, os leitores, escolhendo a biblioteca ambulante como "estandarte". A partir do final da semana que decorre, esticando (...)
A debilidade do sol causou uma manhã frouxa, em comparação com as manhãs anteriores. Um casaco, um pullover, não estorvam a quem os usa, no caminho para o trabalho. Assim, andam as viagens e andanças nos altos e baixos, da meteorologia. Expondo o viajante das viagens e andanças, a uma temperatura extrema, colocando-o a seguir noutra oposta. Atingindo a itinerância, os leitores, escolhendo a biblioteca ambulante como "estandarte". A partir do final da semana que decorre, esticando (...)
A coragem do cão é enorme atravessando o largo a castigar as almofadas das suas patas, debaixo dos 43º Celcius. Não sei de onde veio, onde vai, se fosse atrás dele, talvez encontrasse um lugar fresco. Os leitores acercavam-se do largo, estafados, pela severidade da canícula, apercebendo-se do vazamento das histórias. Desapontados, olhando na cara uns dos outros, rostos vermelhos, furiosos, ansiosos. Tentando perceber a razão da ausência da biblioteca ambulante no largo da (...)