Ter satisfação a ler
Para onde estarão a olhar, permanecem no tempo primaveril, o outono ainda não é para eles. Olharão para as histórias que ainda não sabem decifrar, as mesmas que os encaminharão um dia, seria bom se assim fosse. Creio que as incentivam nas escolas, nas bibliotecas escolares, não quero acreditar que as histórias estejam só por estar, para sabermos que existem. E depois nas suas casas, no seio das famílias, possuirão regularidade na leitura. Já bastou o ensino onde a violência física exercida naqueles que não detinham a faculdade de compreender imediatamente, acabou por os afastar definitivamente das histórias e do prazer que dão a ler. É na ressaca desse ensino que continuamos no que concerne à leitura e não vejo melhorias ou acções da parte do poder. Há vontade, há isto e aquilo no acesso à leitura, até há bibliotecas sobre rodas, todos os dias ando junto das pessoas e sou testemunha que as histórias para muitos deles não têm valor. Não as compreendem, nunca leram uma só que fosse, como é possível encontrar pessoas assim nos tempos actuais. E não é só nas aldeias da minha terra, é nas aldeias todas, é nas cidades é no país. Como poderemos um dia ser como eles estão constantemente a prometer se não há instrução, determinação para pôr todos a ter satisfação a ler.