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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

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O perfume, oriundo das flores das tílias, no acanhado largo à beira da estrada que nunca dorme, impregna a biblioteca ambulante. Transforma-a num gigantesco bule cheio de uma bebida carregada de princípios activos provenientes da infusão das palavras pendentes nas árvores. Um xarope para tratar dos que não têm conhecimentos literários, cheio de sabores. Os sadios gostam de preparar as palavras maceradas com folhas, flores e frutos de qualquer árvore.  Não olham aos géneros, adoram extrair os conhecimentos que cada umas destas variedades de beberagem lhes oferece. São infusões cheias de ideias frescas que vão melhorar a mente, os empreendedores a idealizarem projectos ao longo das suas vidas. São bebidas sociais, quem nunca bebeu um chá das cinco, ou levou um chá de um professor por não ter lido uma história referenciada no Plano Nacional de Leitura. Ter falta de chá, é não ter educação, bebam-no, leiam histórias. Não façam como aqui na aldeia, quem está a tomar chá de cadeira sou eu, esperando muito tempo por leitores. A infusão de sabores arrefece, ou não tomaram chá em crianças.