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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

22 Fev, 2022

Tudo pode...

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Só o vento anda por aqui, as vozes que ouvia calaram-se, não sei onde foram, também não interessa. Preocupante é a presença da biblioteca ambulante no largo da aldeia, não causar influência naqueles que dão som ás vozes. Os leitores da aldeia não sei por onde andam, os diálogos que o vento trouxe até à biblioteca ambulante podiam ser de alguns deles, não lhes vi os rostos, desconfio que não eram de nenhum leitor.  Aqui estou eu a ouvir, o relógio da torre sineiro da igreja a bater as três horas da tarde, as histórias permanecem paradas, expectantes em relação à continuidade no itinerário, ou se ficam na aldeia, na casa de um leitor. Tudo pode acontecer até pôr o motor da biblioteca ambulante a funcionar e pisar o acelerador numa viagem com destino a outra aldeia. Não quero defraudar as histórias minhas amigas, mas prevejo o insucesso neste princípio de tarde na aldeia da Concavada. Não tarda, vou na estrada que me leva, o rádio na sua emissão será o passageiro que não vejo, mas que nunca me deixou de acompanhar para onde fosse. A música, os radialistas muitas vezes substituem os romancistas, na ausência daqueles que os lêem, são os primeiros e as suas histórias que me fazem rir, algumas vezes chorar.

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