Um carregador de informação
A névoa rasteira e cerrada, provoca no início do dia uma incógnita do que nos aguardará no resto das nossas vidas. Um enigma que perdurará nos próximos tempos que aí vêm, onde andarão, como estarão, os leitores da biblioteca ambulante? A solidão tomou conta deles por não possuírem histórias novas? Pelo experiência de variadas viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra, o afastamento é há muito tempo a companhia mais assídua, embora a biblioteca ambulante continue a assinalar as suas existências. Há outros que continuam presencialmente, a padeira todos os dias, o peixeiro, o merceeiro, o açougueiro com dias próprios. A tristeza invade-me por não poder ser um deles, na minha teimosia continuava a levar histórias, um carregador de informação para lá e para cá. Permanecia na linha da frente, assim como estão todos os outros que são necessários, as histórias são como o pão, matam a fome de ter conhecimento. Matam a solidão, anulam o assunto mais comentado nos dias de hoje, quando lidas com prazer, viajamos personificando os seus personagens. A leitura da minha história e a da biblioteca ambulante parou na página 13, a meio do capítulo de março.