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Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Histórias à Beira Rio, viagens e andanças com letras pelas aldeias da minha terra

"Afinal, a memória não é um acto de vontade. É uma coisa que acontece à revelia de nós próprios." Paul Auster

Um partir e regressar...

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Os campos estão adormecidos a esta hora da manhã, a velhice é perceptível na cor das folhas das videiras, a colheita da uvas já foram. Agora é tempo da fermentação antes da trasfega, para depois se entregar ao amadurecimento até o vinho se tornar bebível. Os raios solares ao tocarem na ramagem gem de algumas árvores, tornam-se resplandecentes, estão assim, e à medida que os dias avançam, os campos a ficarem ornados a ouro. Pelo cacarejar da galinha, acabou de pôr um ovo, ao longe um cão ladra, sons característicos do meio rural, território interior, onde as histórias são sempre a novidade. Um partir e regressar sem conta pelas aldeias da minha terra, a biblioteca ambulante, conhecida por muitos, é ainda original para outros que nunca entraram numa biblioteca onde as histórias estão acomodadas em pequenas estantes, fixas à estrutura do veículo, como se fossem órgãos de um corpo. Organismo que se completa com os vasos sanguíneos, as veias, as diferentes histórias que são canais de informação, conhecimento, prenúncio de outra vida para quem as ler.