Um relacionamento para a vida...
Há momentos em que o vento dá guinadas, como se estivesse a ser conduzido por alguém desorientado na direcção que tomar. Não sei se fecho as portas, se mantenho só uma aberta, e destas a qual, a da retaguarda ou a lateral da biblioteca ambulante. Neste período são as folhas que voam, as revistas empurradas violentamente do escaparate, a ventania está insuportável. A imprevisibilidade da meteorologia do dia é semelhante à vinda até às histórias de leitores, até ao momento desmotivante. Ao contrário, a biblioteca ambulante está determinada a eliminar a perturbação que algumas pessoas têm em relação à leitura. Insaciável a devorar o asfalto das estradas que a levam às aldeias a levar histórias. Há histórias com sorte, passam os dias nas casas de gente estranha, quase sempre a relação de quem escreve e de quem lê termina de um modo íntimo. Os leitores são assim com as histórias, não passam uns sem os outros, um relacionamento para a vida.