Uma raposa a fugir de ...
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Os ribeiros andam arrebatados pela água abundante que caí do céu, irreflectidamente, saltam margens, brincam ingenuamente sem avaliar as consequências. O mesmo não acontece com os leitores, a violenta depressão meteorológica retém-os nas suas casas, não se atrevem, vir ao encontro das histórias. Estas permanecem no mesmo lugar, nas estantes, olham para mim inofensivas, também eu estou anulado. Inquieto, a vigiar, o que pode sair do interior das páginas sem movimentos, alguma perna a esgueira-se para se pôr a correr com a outra, uma mão desprendendo-se do braço, agarrando com força o topo de uma brochura. Uma raposa a fugir de um lobo do meio de uma história, chega, a respiração mais ou menos prolongada da maioria dos personagens impacientes, para quebrar o silêncio, ouvir a chuva a cair na estrutura metálica da biblioteca ambulante. Sons da quietude de um dia de inverno nas viagens e andanças, na intimidade com pessoas que gozam de prestígio na literatura. Com aqueles que não são verdadeiros, de carne e osso, mas, inspiradores sempre que os lemos, perseguimos as suas acções nas páginas das histórias. Fica mais fácil para o viajante das viagens e andanças, mesmo com os leitores ausentes, o tempo é veloz, amanhã é outro dia, há outros leitores.