Voltar outra vez
Estou a escrever sem saber que palavras surgirão do meu raciocínio. É uma autêntica aventura escrever por linhas ainda por explorar após tanto tempo sem teclar, sem inspiração, sem motivo que me aguçasse a vontade de voltar à caligrafia. Penetro no espaço em branco, receoso, sem saber bem que letras pressionar pela ação dos dedos. Foi muito tempo, não sei, amanhã, noutro dia, voltarei a ter disposição para continuar a escrever? Este tempo desconhecido em que vivemos, não prevê e faz-nos desconfiar do futuro, assim estou, ouvindo os múrmurios do vento. São queixumes que vêem não sei de onde, são gritos silenciosos que se transformaram em apelos ruídosos, pela inação, pelo esquecimento contínuo, lembrado só nas desgraças. Assim estou, com vontade de não fazer nada, de voltar outra vez à monotonia do novo tempo.